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— Olha bem, não te vais espetar em alguma tragédia. O cabra é malvado e traiçoeiro.

— Ele é cabra, e eu sou negro, mas porém se ele não andar muito ligeiro, eu passo-lhe o pé adiante. Ele não sabe com que negro está pegado. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo. Ainda bem Germano não tinha entrado na mata, quando novo vulto se mostrava na estrada, do lado oposto.

— Não te recolhas já, Marcelina, disse o vulto de longe.

Quem falava era o padre Antonio.

— É vosmecê, seu padre? perguntou a cabocla admirada.

— Que será isso? disse Lourenço aparecendo. Seu padre por aqui!

— Vocês admiram-se, hein? E não deixam de ter sua razão.

Os três tornaram para dentro da casa. Marcelina, que foi a ultima a fazê-lo, encostou a porta de baixo, pois a sala era muito pequena, e daí mesmo, com os olhos na estrada e nos outros dois interlocutores, alternativamente, fez-se toda ouvidos. O padre então sentou-se em um tripeça, ao pé da mesinha da sala, enquanto Lourenço,