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primeiras manifestações da desordem, como para a casa de Coelho haviam corrido os principais negociantes. E cumpre notar antes de tudo que Coelho interiormente estava satisfeito com as circunstancias que pareciam colocá-lo no mesmo plano do senhor-de-engenho e fronteiro a ele. ‘Se ele é sargento-mór, também eu o sou — dizia o negociante em sua mente escaldada pelo ódio e pelo despeito. Se o cercam seus amigos, a mim também me cercam os meus no momento difícil. Se projeta aniquilar-me, eu de há muito jurei reduzi-lo a cinzas. O futuro há de decidir qual dos dois ficará com a vitoria de seu lado.’ Por onde se vê que o alvo em que o português tinha as vistas era singular, único — João da Cunha.

Já não eram os mesmos os intuitos deste — abrangiam o mais vasto teatro. Esquecido inteiramente da origem principal do ódio com que o distinguia o mercador, ele explicava a oposição dos mascates atribuindo-lhes ambições de mando e fortuna. Nunca lhe passou pela imaginação que pudesse o amor contrariado dar inspiração e impulso àquele movimento.

A seus olhos Coelho era mais um instrumento