Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/38

que o tinham como encurralado os rancheiros.

— Isto é o demonio do Pasmado—acrescentou Ignacio. Não ha por aqui quem não tenha o que dizer desta perversa creatura. Eu, que sou eu, tenho-lhe respeito, porque, mais dia, menos dia, si não lhe tiverem mão virá a melar o Valentão-da-Timbaúba.

— Soltem-me, deixem-me passar, sinão mato a um—disse Lourenço, já fatigado, mas cada vez mais enfurecido da resistencia que se oppunha á sua vontade serpentina.

— Pega nelle, Victorino—disse Francisco. Quero leval-o comigo para casa. Quero ensinal o. Heide aproveitar-lhe as forças no cabo do machado e da enxada. Ha de dar para um perfeito homem do campo. Assim os pais estejam pelo que eu quero.

— Pai foi coisa que elle não conheceu—observou Ignacio.

— E mãi? perguntou Francisco.

A mãi era a Bilóca, fallecida ha dois para tres annos. Esta oncinha, que já então tinha mostrado para quanto havia de dar, quebrando as pernas dos cachorros a pedradas, furando com o espeto quente os porcos de casa a ver si lhes derretia o toucinho segundo