Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/400

mór, ao penetrar no vasto aposento em que tinha o grosso de sua tropa. Onde estás, moleque? Não vês que as portas da entrada se acham desamparadas? Para a frente, demônios!

João da Cunha trazia na cava do colete um punhal, no cós dos calções uma pistola, e na mão esquerda um clavinote curto. Por cima do gibão de seu uso corria-lhe, cingindo-o, o talim, donde lhe pendia uma espada de ponta direita. Do ombro esquerdo para o quadril direito caia transversalmente uma correia lustrosa na qual se via segura uma patrona cheia de cartuchos fabricados por sua mulher. Trazia na cabeça chapéu de palha de largas abas. Com o trigueiro do rosto contrastava a barba grisalha, com o longo nariz aquilino os olhos pequeninos e redondos, como os de pomba. Em sua fisionomia liam-se sentimentos encontrados e violentos: a temeridade para avançar, a firmeza para resistir.

À voz do senhor, Germano chamou os outros e tornou com eles para as portas. Por trás destas tinham sido colocadas diversas caixas-de-açúcar com dobrado fim — amparar as entradas e dar aos atiradores posição sobranceira.

Subiram às caixas os negros, e nos pequenos olhais, acinte feitos nas portas por