Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/411

cá embaixo onde nenhum tiro se disparava, do que lá em cima. E a senhora d. Damiana teve razão — disse Filipe Cavalcanti, que, tendo ido olhar pelos olhais, voltara correndo ao lugar onde estas coisas se passavam. Acudam todos. Os bandidos batem-nos à porta. Uma descarga agora contra eles deve ser de grande proveito para nós.

Correram todos os que tinham as armas carregadas. Um estampido imenso ecoou dentro do vasto armazém. No chão da rua caíram vários dos assaltantes — muitos feridos, alguns mortos. Era o primeiro sinal de vida que dava de se para o lado de fora o armazém.

Tomando por estratégia o silencio que até então ai reinara, recuaram os assaltantes amedrontados, mas não o fizeram tão prontamente que ficassem logo fora do alcance de novos tiros disparados do sobrado, desta vez mais certeiros do que das outras. Novas perdas contou a força invasora.

Quando cessou de todo o estrondo da ultima descarga, uma voz vibrou nos ares, forte e pujante, por entre as exclamações de dor dos feridos. Partia ela do cruzeiro e parecia dirigir-se aos do sobrado.