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— Pensaveis então, senhora... —retrucou o portuguez—Que pensaveis vós? Dizei francamente a vossa idéa.

— Ah! Quereis ouvir-me? Pois bem, senhor, escutai. O que eu pensava era muito natural, e não era improprio de vós nem de mim. Pensava que, em vez dos sentimentos ferozes que tendes mais de uma vez manifestado, deverieis ter para meu marido antes benevolencia e attenções respeitosas.

— Esqueceis, sra. d. Damiana, que nenhum homem, que se prezasse dignamente, beijaria jamais a mão do algoz que lhe houvesse afogado as mais caras esperanças, que lhe tivesse destruido uma felicidade irreparavel.

— Vós é que esqueceis, Sr. Coelho, o passado que devieis ter bem presente na memoria. A meu marido deveis não a desgraça, mas a posição de que soubestes fazer-vos digno. Sua mão generosa e amiga indicou-vos o caminho para a vossa independencia. Por muito tempo não tivestes nesta villa outra protecção, outro amparo, outro pai além de João da Cunha. A vossa entrada nas primeiras casas, a estima que para vós tiveram os mais ricos e os mais nobres de Goyanna, a quem as devestes principalmente, sr. Coelho, quando ereis sem relações, sem nome,