se abaixára e desapparecera no meio do juncal, mergulhou por entre as folhagens que o occultavam, e sahiu da outra banda no animo de ir por dentro da agua até ao ponto onde se sumira o desconhecido.
Quando ia a atirar-se na agua, a cabeça reappareceu a seus olhos, e uma voz, reboando por cima das aningas e dos juncos, foi levar-lhe aos ouvidos estas palavras, em gráo de grito e em tom de reprehensão:
— Que vem cá fazer, Francisco? Você quer morrer?
Era a voz de Marcellina.
Tanto bastou para que elle não avançasse mais um só passo. Fixando a vista com mais serenidade, reconheceu no desconhecido sua mulher.
— E você que está fazendo ahi mettida, com esse tempo todo? Saia dahi, que nem sabe os sustos que me causou com sua ausencia.
— Anda você sempre assustado, Francisco! Susto de que? Parece menino.
— Saia já, que eu não posso apanhar chuva.
— Agora já não póde apanhar chuva. Ha instantinhos podia até metter-se na agua da lagôa. Parece menino este meu marido. Já lá vou.