capivara fugiu para baixo duma cadeira. O pequeno maué deixou de soprar ao fogo de tição, e fixou no recém-chegado os grandes olhos negros, profundos e mudos.

O padre reitor largou o cachimbo e atentou na cara magra e doentia do Macário, que não tinha ainda aquela belida no olho esquerdo, nem aquele lombinho que lhe começara a surgir do meio da testa aos trinta anos, e agora ostentava a sua protuberância polida num descaro insolente.

- O que tens, tu, rapazinho, que estás tão assustado e trêmulo?

- Saberá V. Rev.ma...

O tom do reitor era tão paternal e bondoso, inspirava tanta confiança e punha a gente tão à vontade, que Macário sem vergonha do seminarista nem do curumim, desatou a chorar. E depois, sentindo uma necessidade de proteção e amparo, começou a contar àquele padre gordo, bondoso e afável a desgraça que o sujeitava às brutalidades dum soldado bêbado e ao desamor da mãe desnaturada.