disso, vidinha.

AMBRÓSIO — E não foi o interesse que obrigou-me a casar contigo.

FLORÊNCIA — Foi o amor que nos uniu.

AMBRÓSIO — Foi, foi, mas agora que me acho casado contigo, é de meu dever zelar essa fortuna que sempre desprezei.

FLORÊNCIA, à parte — Que marido !

AMBRÓSIO, à parte — Que tola ! (Alto:) Até o presente tens gozado dessa fortuna em plena liberdade e a teu bel-prazer, mas daqui em diante, talvez assim não seja.

FLORÊNCIA — E por quê ?

AMBRÓSIO — Tua filha está moça e em estado de casar-se. Casar-se-á, e terás um genro que exigirá a legítima de sua mulher, e desse dia participarão as amofinações para ti, e intermináveis demandas. Bem sabes que ainda não fizeste inventário.

FLORÊNCIA — Não tenho tido tempo, e custa-me tanto aturar procuradores.

AMBRÓSIO