Mais tarde, regularizados os seus negocios, a Condessa costumava dizer, abertamente, que “Luiz Gama, sósinho, valia mais que todos os barões do Imperio” [1].
Gama casou-se com Claudina Fortunata Sampaio, uma crioula da familia Arruda Sampaio, de Campinas, criatura boa e meiga, que se identificou á vida perigosa do marido e que foi sua companheira de todas as horas, carinhosa, solícita. delicadíssima. Do consorcio só houve um filho, Benedito Graco Pinto da Gama, que estudou na Escola Militar, chegou ao posto de major de artilharia do Exercito e ocupou, durante muitos anos, o lugar de comandante de nosso corpo de bombeiros. [2]
Esses dois aspetos da individualidade de Luiz Gama, a sua bondade, de um lado, o seu odio a todas as formas de opressão, de outro, fazem a gente refletir em como conseguiu ele realizar o milagre do equilibrio entre esses dois sentimentos antagônicos, ele que tinha sobrados motivos para ser um revoltado á maneira dos cangaceiros, dos bandidos da Córsega e de todos os injustiçados do mundo.
Entretanto, o seu caso psicologico tem explicação facil. Aos vinte anos, quando mal acabavam de surgir os fatos que fariam nascer a lei de Euzebio de Queiroz,