Empreza da Historia de Portugal Castilho possuia um, que vimos, e desappareceu; a Bibliotheca Nacional de Lisboa possue outro; o distinto colleccionador, bibliographo, e escritor, o snr. Annibal Fernandes-Thomaz, outro; a fallecida snr. D. Maria Peregrina de Sousa, poetisa portuense, possuia outro, que parece ter levado caminho; Innocencio no Tomo I do Supplemento do seu immortal Diccionario, não declara se era dono de algum; menciona a obra, apenas.

Quanto a parte poetica do livro projectado, essa, não impressa, desappareceu em parte. Só algumas poucas peças encontrámos, umas inteiras outras incompletas; materiaes truncados da collecção. Salvando esses versos, cumprimos um dever moral, e outro literario

O prologo de Castilho é pois o brilhante pórtico de um edificio ainda em construcção, e já em ruinas; é inquestionavelmente uma das obras mais curiosas e instructivas que elle deixou. A chorographia, a fauna, a historia, a lenda, os costumes, a paizagem, as antigualhas, o folk-lore, d’aquella região alpestre,’tão portugueza, mas tão desconhecida, tudo isso é tratado com amor, com o cuidadoso amor de um archeologo-poeta. Appareceu tambem uma Introducção em verso sôlto a certo poema intitulado O Sepulcro, historia de uma noite de S. João, projectado pelo nosso autor; poema original, muito vivido, muito phantastico, infelizmente por concluir. Entendemos não menos intercalar essa curiosa Introducção, no seu logar chronologico, por varios motivos: dá-