— Oh, meu pai, não é assim; ela não tem culpa...

— Anda lá!... não cuides que podes enganar-me; bem te conheço e a ela também... mas deixemo-nos disto. Avia-te quanto antes para voltar ao seminário. Bem mal fiz em te mandar buscar contra o conselho dos padres. Basta de férias. Vai-te, e não me voltarás aqui senão ordenado. Depois de amanhã sem falta quero vê-lo pelas costas. Basta de tafularias.

Depois de amanhã sem falta! Oh! pai desapiedado! Oh! miserando Eugênio! aquelas palavras esmagaram-lhe o coração. Partir, deixar Margarida, para não voltar senão daí a seis ou sete anos, talvez nunca, quem sabe? Esta ideia lhe gelara o coração como um prenúncio de morte.

Depois de amanhã sem falta! Estas palavras toaram horríveis aos ouvidos do mancebo como os clangores da trombeta do arcanjo anunciando o fim do mundo; o presente, o passado, o futuro, o mundo, o espaço, tudo se esvaecia, e parecia-lhe que sua alma se ia abismando aniquilada no seio das sombras eternas.

Não era porém mais do que uma vertigem, que lhe escurecia os olhos e turbava os sentimentos, e que o fez tombar sobre uma cadeira, banhado de