do derrubador destila mais ativo e redolente o aroma, que lhe embalsama o âmago.

Todavia Eugênio não podia expelir de seu coração a imagem de Margarida, e nem ele o tentava pois reputava isso um projeto impossível, absurdo, louco. Essa imagem agora lhe estava gravada na alma em traços muito mais vivos e profundos do que nos anos da primeira ausência. A meiga e plácida afeição da infância havia tomado as proporções de uma paixão enérgica e fogosa, e se assenhoreara de seu coração, como esse truculento e rijo cipó que se atraca ao madeiro da floresta, o enleia e aperta, e com ele se identifica, destinado a viver e perecer com ele.

A saudade, que o devorava, já não era essa tristeza lânguida e melancólica, que se entorna do coração com certa suavidade como o perfume de uma flor mirrada, e se espairece nos ares nas asas do devaneio como uma nuvem dourada pelos fulgores da aurora. Era o negrume carregado de uma noite pesada, muda e funérea; de uma noite toldada, sem luz de estrelas nem lampejos de relâmpagos, sem rumorejos de harmonia, nem fragores de tempestades.

Era a paixão com todas as suas cruéis inquietações e anelos febris, com todas as suas sombrias apreensões