paixões, que lhe eram inatas, o amor e a devoção, congraçavam-se admiravelmente em seu espírito. O arroubo místico, contínua aspiração para Deus e para as coisas celestes, não excluía nele o amor por essa criatura, que é sobre a terra um dos mais belos reflexos do infinito poder - a mulher. É que de fato esses dois sentimentos tão puros, tão celestes ambos, nada têm de inconciliáveis em si mesmos, e somente uma lei meramente convencional, impondo o celibato como um preceito, imperativo, podia, levantar entre eles esse odioso antagonismo, contra o qual a razão protesta e revolta-se o coração.

Eugênio pois não deixava de sentir em si a mais pronunciada vocação para o sagrado ministério do altar; se não fora o amor, que nele ainda prevalecia sobre as tendências teocráticas, sua resolução estaria definitivamente firmada e decidida. O seu espírito oscilava perplexo entre essas duas belas e santas aspirações, as quais, se não fossem canonicamente incompatíveis, teriam entretecido para a fronte do mancebo a mais brilhante coroa de glória, de amor e de felicidade, e que no entanto por sua incompatibilidade estavam fadadas a cavar-lhe um abismo de angústias e desgraças.