que havia morrido nas guerras do Rio Grande do Sul, deixando sua mulher e Margarida, sua única filhinha, ainda no berço, no estado da mais completa indigência. Antunes e sua mulher, que tinham antigas relações de amizade com o falecido alferes, e que eram padrinhos da menina, deram a mão à pobre e desvalida viúva, e a estabeleceram em suas terras.

Margarida teria pouco mais de ano, quando sua mãe foi morar na fazenda do capitão Francisco Antunes. Como Eugênio, filho deste, ainda em tenra idade, não tinha senão um irmão e uma irmã muito mais velhos que ele, e que de há muito se tinham casado, e abandonando o ninho paterno tinha cada qual tomado o seu rumo, Margarida foi como um presente, que o céu lhe enviava para companheira dos brincos de sua infância. Por isso mesmo, os velhos donos da casa muito a estimavam, e a tratavam com todo o mimo, como se fora sua própria filha. Margarida bem o merecia: era uma encantadora menina, de muito bom natural e muito viva e engraçadinha.

Os dois meninos queriam-se como se fossem irmãos, andavam sempre juntos, e não se separavam senão à noite.