estava precisada, dos últimos socorros da religião. O rosto nada tinha de desfigurado, e estava fresco e corado, e a moça parecia estar no gozo da melhor saúde, e de todas suas forças. Examinando-a porém mais atentamente, notava-se o arquejo ansiado e violento de seu peito, o coração pulsar-lhe forte e descompassado de modo assustador, e na luz dos olhos um não sei quê de sombrio e desvairado. Via-se que aquelas duas rosas excessivamente vivas, que lhe tingiam as faces, não podiam denotar um estado normal, e eram resultado de profunda perturbação na circulação arterial.

A velha apenas introduziu o padre, retirou-se com a sua candeia.

Mal deu com os olhos na moça, o padre estacou de repente, fez um gesto de espanto, e olhando inquieto ora para a porta, ora para o leito, dava mostra de querer sair precipitadamente. Seu rosto cobriu-se de medonha palidez e suas feições se transtornaram de modo horrível.

Seu primeiro impulso foi de fugir depressa e sem dizer palavra; mas hesitou; não podia negar os auxílios de seu sagrado ministério, a quem os implorava em artigo de morte. Foi-lhe mister um esforço sobre-humano para dominar a sua perturbação.