Margarida foi-se consolando e acomodando com a sua sorte.

Eugênio esteve dois anos na escola, e quando voltou definitivamente para a casa paterna, Margarida, que estava entre os nove e dez anos, já não era tão assídua em casa do fazendeiro. A menina já podia ajudar a sua mãe; sabia coser, bordar, e era muito diligente em toda a espécie de serviço caseiro compatível com a sua idade. Portanto somente aos domingos e dias santos, ou por acaso em alguma tarde costumava aparecer em casa de seus padrinhos em companhia de sua mãe.

Desde então trocaram-se os papéis, e era Eugênio quem não deixava a pequena casa da tia Umbelina, onde passava os dias quase inteiros junto a Margarida, ajudando-a em seus pequenos serviços, ou pelos campos e capões vizinhos, armando arapucas e esparrelas para apanhar pombas, sabiás, inhambus, saracuras e outros pássaros com que obsequiava a sua linda amiguinha, a qual com isto mostrava-se infinitamente satisfeita.

Os pais de Eugênio não deixavam de ralhar com ele em razão de não parar em casa.

— Meu filho - dizia a mãe em tom de branda repreensão -, eu desejava bem saber o motivo por que