que se achava a alguma distância com a senhora Antunes.

— Eu te adoro!... - era por certo o que Eugênio ia dizer; essa palavra, porém, Margarida já a tinha lido nos olhos do mancebo.

Em sua ingênua candura, Margarida, não enxergava inconveniente algum em reatar e mesmo, se fosse possível, estreitar os laços da sua antiga, familiaridade e afeição para com o amigo da sua infância. Como a flor, que entrega sem resistência o perfume do seu cálix ao sopro das virações, ela dava livre expansão aos inocentes afetos do seu coração.

Quando as visitas se foram embora, Eugênio pôs-se a refletir e ficou muito descontente de si mesmo. A lembrança do papel nulo e quase ridículo que fizera diante de Margarida mortificava-o, e protestou de si para si que quando fosse à casa da Umbelina, havia de tirar completa desforra.

Portanto, no dia seguinte pela manhã Eugênio apressou-se em ir pagar a visita às suas boas vizinhas. Era em princípio de outubro; a manhã estava risonha e brilhante, as primeiras chuvas já tinham lavado os horizontes desse vapor fumacento que os abafa nos meses de agosto e setembro, e que, desbotando-lhes as cores e confundindo-