A ultima pessoa da cavalgada, ou antes a primeira, pois rompia a marcha, era D. Flôr, a filha do capitão-mór. Formosa e gentil, esbeltava-lhe o corpo airoso um roupão igual ao de sua mãe com a differença de ser azul a côr do estofo.
Trazia um chapéo de feltro à escudeira, com uma das abas cahida e a outra aprezilhada um tanto de esguelha pelo broche de pedrarias donde escapava-se uma só e longa pluma branca, que lhe cingia carinhosamente o collo como o pescoço de urna garça.
Na moldura desse gracioso toucado, a belleza deslumbrante de seu rosto revestia-se de uma expressão cavalheira e senhoril, que era talvez o traço mais airoso de sua pessoa. No olhar que desferia a luminosa pupilla ; na seriedade dos seus labios purpurinos, que ainda cerrados pareciam enflorar-se de um sorriso crystalisado em rubim ; na gentil flexão do collo harmonioso ; e no garbo com que regia o seu fogoso cavallo, assomavam os realces de uma alma elevada que tem consciencia de sua superioridade, e sente ao passar pela terra a elação das azas celestes.
O soffrego baio mastigava o freio e espumava, porém a mão firme da linda escudeira, calçada de