XI
A COMADRE.
Flor voltara a embalar-se na rêde, e Justa fazia outra vez corrupiar o fuso ás castanholas de seus dedos ágeis.
A donzella correu com os olhos toda a casa, como se esperasse a presença de mais alguem : foi ao terreiro da casinha e frustrada em sua esperança, dirigiu-se á ama com uma carinhosa exprobração :
— Que é feito de Arnaldo, mamãi Justa ? Há três dias que chegámos e ainda ninguem o viu.
— Arnaldo ? Minha filha não sabe ? É verdade que eu nem me lembrei de contar-lhe.
— O que ? perguntou a moça inquieta. Que lhe aconteceu ?
— Nada de mal. Foi que, no mesmo dia da sahida do senhor capitão-mór, elle veio despedir-se de mim, que tambem ia fazer uma viagem.
— Aonde ?