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o sertanejo

     A donzella aproximou-se do collaço, que a esperava attonito e pallido. Pousando-lhe a mão mimosa no hombro disse, voltando-se para a Justa e dirigindo sua resposta á ambos, mãi e filho.

     — Elle vae !

     O suave contacto desses dedos melindrosos bastou para abatter a energia do ousado sertanejo. Ali estava elle agora timido e submisso, não se atrevendo á balbuciar uma palavra, nem siquer a erguer a vista ao encontro dos olhos altivos que o dominavam.

     D. Flor sorriu-se no meigo desvanecimento do poder que ella, fragil menina, exercia sobre essa natureza pujante ; mas o assomo de faceirice passou rapido e não perturbou o nobre impulso de seu coração.

     — Vim busca-lo, Arnaldo, para leva-lo á casa, disse ella repassando a voz maviosa de um mago encanto. Não me acompanha ? Ainda não lhe dei a lembrança que trouxe-lhe do Recife.

     Arnaldo arrancou-se com esfôrço ao logar onde estava, e murmurou promovendo o passo :

     — Vamos !

     Justa bateu palmas de contente.