formosa tornavam a donzela, sentiu o coração traspassado.

— Tire estas flores! disse êle, ajoelhado junto ao estribo e com a voz suplicante.

— Por quê? perguntou a donzela admirada.

— Têm veneno! balbuciou o sertanejo.

— Devéras! tornou D. Flor com um riso de mofa.

Arnaldo ergueu-se de um ímpeto, e antes que pudesse dominar o violento impulso de sua alma, arrancara da cbeça e do seio da donzela as flores, que arrojou ao chão, e esmagou com a ponta da bota, como se fossem um réptil venenoso.

D. Flor, que já apeava-se, foi tomada de uma surpresa dolorosa; e pasma com aquela audácia, racíu sôbre a sela. No primeiro assomo de sua indignação não se lembrou quem estava diante dela e não cia alí senão um homem que tivera a insolência de tocá-la.

A haste do chicotinho, brandida por sua mão irritada, vibrou no ar; mas a donzela tivera tempo de dominar êsse ímpeto de cólera. Retraiu-se em uma altiva dignidade.

— Arnaldo!