do rio. Se algum madeiro enorme, arrancado pela cheia, vinha remoinhando pela água abaixo, êle mergulhava para escapar ao embate que o esmagaria. A travessia foi longa; e durante ela Flor e Alina ajoelhadas e de mãos postas rezavam pela salvação do camarada.
Quando Arnaldo alcançou terra e colheu os maracujás, que enrolou ao pescoço, elas sossegaram um pouco; mas preparando-se o rapazinho para voltar, recomeçaram os gritos; tanto uma, como a outra, suplicava-lhe que esperasse até passar a maior correnteza.
Arnaldo não lhes deu ouvidos e tornou afoitamente pelo mesmo caminho. Ao receber as frutas que êle trazia-lhe, Flor tinha o rosto perlado de lágrimas, e sorria-se da alegria de ver salvo o camarada. Dos maracujás ninguém comeu; ela os guardou como jóias até que secaram de todo.
Nessa noite Flor pediu à mãe um cordão de ouro para o pescoço de Nossa Senhora, a quem o havia prometido.
O cumprimento dessa promessa deu causa a um novo e singular capricho da menina. Reparou ela que a Virgem da capela pisava a cabeça de