Não te rias assim, oh! não te rias,
Basta de sonhos, de illusões fataes!
Minh’alma é núa, e do porvir ás luzes
Meus roxos labios sorrirão jamais!
Que pezar me consome! ah! não procures
Erguer a lousa de um pesar profundo,
Nem apalpares a materia livida,
E a lama impura que pernoita ao fundo!
Não são as flôres da ambição pisadas,
Não é a estrella de um porvir perdida...
Que esta cabeça coroou de sombras
E a tumba inclina ao despontar da vida!
É este enojo perenal, continuo,
Que em toda a parte me acompanha os passos,
E ao dia incende-me as arterias quentes,
Me aperta á noite nos mirrados braços!
São estas larvas de martyrio e dôres
— Socias constantes do judeu maldito! —
Em cuja testa, dos tufões crestada,
Labéo de fogo scintillava escripto!