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Nas armas, dignos de gloria,
São no mundo tão soados,
Qu’em vós de vossos passados
Se resuscita a memoria.
Pois aquelle ânimo estranho,
Prompto para todo effeito,
Espanta todo o conceito:
Como coração tamanho
Vos póde caber no peito?
A clemencia, que asserena
Coração tão singular,
S’eu nisso puzesse a penna,
Sería encerrar o mar
Em cova muito pequena.
Bem basta, Senhor, que agora
Vos sirvais de me occupar;
Que assi fareis aparar
A penna, com que algum’hora
Vos vereis ao ceo voar.
Assi vos irei louvando,
Vós a mi do chão erguendo,
Ambos o mundo espantando;
Vós com a espada cortando,
Eu com a penna escrevendo.
Mote que lhe mandou o Viso-Rei.
Muito sou meu inimigo,
Pois que não tiro de mi
Cuidados, com que nasci,
Que põe a vida em perigo.
Oxalá que fôra assi!