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havia entre ambos, trouxerão pintados nas bandeiras
cada hum seu par de pombas; e dizia a letra:


Se como vós ha hi par,
Vós o podereis julgar.

Certo, que atéqui chegou a malicia dos homens, porque tão subtilmente quizerão interpretar a innocencia desta letra, que tomárão a derradeira syllaba da primeira regra, e ajuntárão-na com a primeira da derradeira, que vem a dizer parvos; e disserão que juntos significavão isso aquelles dous innocentes. Mal peccado! tão errada anda a maldade humana, que logo tẽe por parvos aos que sabem pouco!

Outro homem entrou tambem por adherencia nas canas, o qual dizem que tinha partes maravilhosas; porque era tão perfeito em suas cousas, que o seu comer havia de ser o melhor temperado e o mais suave do mundo; e os seus vestidos erão sempre dos mais finos pannos e sitins, que se podessem descobrir; e esta perfeição até nos amores e amizades se lhe estendia, porque com os amigos sempre tinha subtilezas de conversação, e com as amigas hum fingir que queria o que não queria. E, emfim, até no jogar usava daquellas manhas todas, as que para ganhar erão necessarias. E tinha mais hum revez da fortuna recebido, que se lhe estendia desde a ponta do nariz até huma orelha. Este Senhor tirou por divisa huma camisa toda lavrada de pontinhos, lavor antigo; e a letra dizia assi:

Pontos de honrado e sisudo Sempre na vida quiz ter; Apontado no viver, </poem>