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da.{144}
CCLXXXVI.
Que póde ja fazer minha ventura,
Que seja para meu contentamento?
Ou como fazer devo fundamento
De cousa que o não tẽe, nem he segura?
  Que pena póde ser tão certa e dura,
Que possa ser maior que meu tormento?
Ou como receará meu pensamento
Os males, se com elles mais se apura?
  Como quem se costuma de pequeno
Com peçonha criar por mão sciente,
Da qual o uso ja o tẽe seguro:
  Assim de acostumado co'o veneno,
O uso de soffrer meu mal presente
Me faz não sentir ja nada o futuro.{145}
ECLOGAS