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Voltemos desse lado: outro caminho
Se dirige ao castelo. É mau agouro
Por um morto passar em noites destas.

Mas Elfrida aproxima o seu cavalo.

Elfrida
"Tancredo!... Vede!?... é o trovador Tancredo!
Coitado! assim morrer! um pobre moço...
Sem mãe e sem irmã! E não o enterram?
Neste mundo não teve um só amigo!

"Ninguém, senhora! respondeu da sombra
Uma dorida voz. Eu vim, há pouco,
Ao saber que do povo no abandono
Jazia como um cão, eu vim... e eu mesmo
Cavei junto do lago a cova dele."

Elfrida
"Tendes um coração: tomai, mancebo,
Tomai essa pulseira... Em ouro e jóias
Tem bastante pra erguer-lhe um monumento
E para longas missas lhe dizerem
Pelo repouso d'alma..."

O moço riu-se.