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Murmurão leve os trémulos sentidos,
Como ao sopro do vento uma viola.
Diz — amor! — essa voz da lyra interna,
E’ suspiro de flôr que o vento agita,
Vagos desejos, ancia de ternura,
Uma briza de aurora que palpita.
Como dorme innocente esta criança!
Qual flôr que abriu de noite o niveo seio,
E se entrega da aragem aos amores,
Nos meus braços dormita sem receio.
O que eu adoro em ti é no teu rosto
O anjelico perfume da pureza;
São teus quinze annos n’uma fronte santa
O que eu adoro em ti, minha Thereza!
Sào os loiros anneis de teus cabellos,
O esmero da cintura pequenina.
Da face a rosa viva, e de teus olhos
A saphyra que a alma te illumina!
E’ tua fórma aerea e duvidosa
— Pudor d’infante e virginal enleio;