Apaga sobre a fronte macilenta
A lâmpada da vida.
Não digas, coração, que a alma descansa
Quando as idéias no prazer enfurda
O escárnio zombeteiro...
Que loucura!... amanhã o peito cansa...
Resta um enterro... e uma reza surda...
E depois... o coveiro!
Fermente a seiva juvenil no peito,
Vele o talento numa fronte santa
Que o gênio empalidece...
Embalde! à noite, ao pé de casa leito
O fantasma terrível se levanta...
E seu bafo entorpece!
E contudo essa morte é um segredo
Que gela as mãos do trovador na lira
E escarnece da crença;
Um pesadelo - uma visão de medo...
Verdade que parece mentira
E inocula a descrença!
E quem sabe? é a dúvida medonha!
Quem os véus arregaça do infinito