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Creiamos, sim, ao menos para a vida
Não mergulhar-se numa noite escura...
E não enlouquecer...
Utopia ou verdade, a alma perdida
Precisa de uma idéia eterna e pura
- Deus e Céu... para crer!

Consola-te! nós somos condenados
À noite da amargura: o vento norte
Nossos faróis apaga...
Iremos todos, pobre naufragados,
Frios rolar no litoral - da morte,
Repelidos da vaga!

S. Paulo, 2 de novembro 1851