Quando estatuímos ao encetar deste opúsculo que a literatura de um povo era influída, como um líquido noutro, em sua civilização, foi-nos alvo ao perpassar daquele exórdio irmo-nos a uma tendência nossa, alentada fundamente de há muito. Quisemos tresmalhar uma olhada asinha sobre o espírito dessas nossas letras pátrias, tão aluziadas dos clarões dos céus espanhóis e enquadrar em moldura engrinaldada esses visos de umas letras tão ricas, dessa praia tão derramada de pérolas e corais pelas marés que aí haviam passado no seu fluxo, das civilizações púnicas, greco-romanas, góticas e arábicas, essas sementeiras de poesia para a qual concorreram - quatro vezes o Oriente e a África, nas navegações fenícias e colônias cartaginesas, na invasão mourisca de 712 e no roçar da civilização peregrinante da raça hebraica - duas vezes a grega, no comércio da Magna Grécia