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CLAUDIO MANOEL DA COSTA

Tronco escolhera o Gênio; ali fizera
Em uma e outra fúnebre quimera
Respirar o terror, forjar-se o susto.
Dali manda se espalhe a todo o custo
Uma e outra ilusão; partem voando
As fantásticas sombras; vão pintando
Grilhões, cadeias, cárceres, suplícios,
Degoladas cabeças, artifícios
Nunca inventados de instrumentos vários
Que estão ameaçando aos temerários,
E rebeldes Vassalos a ruína:
Confundem-se os infames, e destina
Cada um desde já buscar o meio
De pôr de parte o crime enorme e feio,
E acreditar aos pés do Herói que chega
A fé, com que ao seu Rei se rende e entrega.



CANTO VIII


Entretanto que o Gênio se cansava
Nesta empresa, o Interesse fomentava
Novas discórdias; e do altar impuro,
Aos sussurros de um fúnebre conjuro,
Subir fazia desde o horrível centro
Vorazes Fúrias, e do Abismo dentro
A guerra ateia, que aos mortais destroça;
Tiram bravos leões uma carroça,
Em cujo assento aparecer se via
Com vulto horrendo a infame Rebeldia;
Víboras os cabelos são, que estende
Sobre a enrugada testa; um Etna acende
Em cada olho, e da boca em cada alento
O veneno vomita o mais violento.