ODES MODERNAS
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É sempre a eterna vida, que dimana
Do centro universal, do fóco intenso,
Que ora brilha sem véos, ora se empana...
É sempre o eterno germen, que suspenso
No oceano do Ser, em turbilhões
De ardor e luz, evolve, infimo e immenso!
Através de mil fórmas, mil visões,
O universal espirito palpita
Subindo na espiral das creações!
Ó formas! vidas! mysteriosa escripta
Do poema indecifravel que na Terra
Faz de sombras e luz a Alma infinita!
Surgi, por céo, por mar, por valle e serra!
Rolai, ondas sem praia, confundindo
A paz eterna com a eterna guerra!
Rasgando o seio immenso, ide sahindo
Do fundo tenebroso do Possivel,
Onde as fórmas do Ser se estão fundindo...