18 | Odes Modernas |
E isto no meio do infinito espaço!
Dos soes! dos mundos! sala de fulgores!
Isto no chão da vida... e a cada passo
Rebentam sob os pés cantos e flôres!
Quando abre a Natureza o seu regaço,
E o seio da Mulher os seus amores!
E tem beijos a noite... e o dia festas...
E o mar suspira... e cantam as florestas...
Por cima o céo que ri... e em baixo o pranto...
Harmonias em volta... e dentro a guerra...
Dentro do peito humano, o templo santo,
O vivo altar onde comungue a terra!
Vêde! habita no altar o horror e o espanto,
E a Arca-de-amor só podridão encerra!
Que espantosa illusão, que desatino,
Ó luz do céo! é pois este o destino?