Nestor e filhos, que o banquete aprontam;
Quem assa, quem no espeto a carne enfia.
Ao vê-los grande número os abraça
E convida ao festim. Primeiro a destra
O Nestório Pisístrato lhes toma,30
Entre o irmão Trasimedes os coloca
E seu pai n’alva areia e moles peles;
Porção de entranhas lhes offerta; o vinho
Em áureo copo vaza, e reverente
Fala á prole do aluno de Amaltéia:35
«Hospede, ao rei Neptuno ora conosco,
A porto chegas para o seu festejo.
Liba e depreca, é justo, e ao socio passes
O doce vinho com que os Céos invoque;
Todos, julgo, dos Céos necessitamos:40
Jovem comigo em anos emparelha;
Terás primeiro o copo.» E aqui lho entrega.
Contente Palas do varão cordato,
Que a velhice acatava, assim perora:
«Digna-te, Ennosigeu, de ouvir meus votos!45
Honra a Nestor e os filhos, agradece
A completa hecatombe aos outros Pilios;
Dá-me e ao socio o voltarmos tendo obtido
O que imos procurando a remo e vela».

O rito já preenche, e traspassado50
O bicôncavo copo, á risca o mesmo
Faz o Ulisseu mancebo. Do braseiro
Tirando, assados superiores trincham,
O solene festim lauto celebram.
Vencida a sede e a fome, satisfeitos55
Completamente os hospedes, o velho
Gerênio cavaleiro os interroga:
«Donde vindes cortando as salsas vagas?
Traficais? ou piratas sois errantes,
Que para dano alheio a vida expondes?»60

De Minerva Telemacho animado,
Por ter informações do herói famoso
E nome entre os mortaes, responde afouto:
«Nestor Nelides, ó da Grécia adorno,
Direi quem somos: de Ithaca selvosa,65
Não público