No escriptorio de Affonso da Maia ainda durava, apesar de ser tarde, a partida de whist. A mesa estava ao lado da chaminé, onde a chamma morria nos carvões escarlates, no seu recanto costumado, abrigada pelo biombo japonez, por causa da bronchite de D. Diogo e do seu horror ao ar.
Esse velho dandy, — a quem as damas de outras eras chamavam o «Lindo Diogo», gentil toureiro que dormira n’um leito real — acabava justamente de ter um dos seus accessos de tosse, cavernosa, aspera, dolorosa, que o sacudiam como uma ruina, que elle abafava no lenço, com as veias inchadas, rôxo até á raiz dos cabellos.
Mas passára. Com a mão ainda tremula, o decrepito leão limpou as lagrimas que lhe embaciavam os