Carlos, n’essa manhã, ia visitar de surpreza a casa do Ega, a famosa «Villa Balzac», que esse phantasista andára meditando e dispondo desde a sua chegada a Lisboa, e onde se tinha emfim installado.
Ega dera-lhe esta denominação litteraria, pelos mesmos motivos porque a alugára n’um suburbio longiquo, na solidão da Penha de França, — para que o nome de Balzac, seu padroeiro, o silencio campestre, os ares limpos, tudo alli fosse favoravel ao estudo, ás horas d’arte e d’ideal. Por que ia fechar-se lá, como n’um claustro de lettras, a findar as Memorias d’um Atomo! Sómente, por causa das distancias, tinha tomado ao mez um coupé da companhia.
Carlos teve difficuldades em encontrar a «Villa Balzac»: não era, como tinha dito Ega no Ramalhete,