OS MAIAS
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bravos estrondosos; Craft bateu ligeiramente os dedos; e o Ega, que rondava a porta, nervoso, de relogio na mão, soltou de lá um muito bem desenxabido.

Alencar, radiante com o seu effeito, derramava em roda um sorriso que lhe mostrava os dentes estragados. Abraçou outra vez Carlos, atirou uma palmada ao coração, exclamou:

— ­Caramba, filhos, sinto uma luz cá dentro!

A porta abriu-se, o Cohen entrou, todo apressado, desculpando-se logo da sua demora — ­emquanto Ega, que se precipitara para elle, lhe ajudava a despir o palletot. Depois apresentou-o a Carlos — ­a unica pessoa alli de quem o Cohen não era intimo. E dizia, tocando o botão da campainha electrica:

— ­O marquez não pôde vir, menino, e o pobre Steinbroken, coitado, está com a sua gôtta, a gôtta de diplomata, de lord e de banqueiro... A gôtta que tu has de ter, velhaco!

Cohen, um homem baixo, apurado, de olhos bonitos, e suissas tão pretas e luzidias que pareciam ensopadas em verniz, sorria, descalçando as luvas, dizendo, que, segundo os inglezes, havia tambem a gôtta de gente pobre; e era essa naturalmente a que lhe competia a elle...

Ega, no entanto, travara-lhe do braço, collocara-o preciosamente á mesa, á sua direita: depois offereceu-lhe um botão de camelia d’um ramo: o Alencar florio-se tambem — ­e os creados serviram as ostras.

Fallou-se logo do crime da Mouraria, drama fadista que impressionava Lisboa, uma rapariga com o ventre