OS MAIAS
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com um grande quintal? Ahi mora uma tia do Gouvarinho, a D. Maria Lima, uma pessoa respeitavel. A Rachel ía vêl-a de vez em quando. São intimas, a D. Maria Lima é intima de todo o mundo. Depois sahia por uma portinha do quintal, atravessava a viella, e estava á porta da minha casa, á porta escusa, á porta da escada que vae ter ao cacifro de banho. Já vocês vêem... Os criados nem a avistavam. Quando ella lá lunchava, o lunch estava já posto no meu quarto, as portas fechadas. Mesmo se alguem visse, era uma senhora com um véo preto, que vinha de casa da Lima... Como podia o homem apanhal-a?.. Além d’isso, em casa da Lima, ella mudava de chapéo, e punha um waterproof...

Craft cumprimentou.

— ­É brilhante! Parece de Scribe.

— ­Então, disse Carlos sorrindo, essa respeitavel fidalga...

— ­A D. Maria, coitada... Eu te digo, é uma excellente velha, recebida em toda a parte, mas pobre, e faz d’estes favores... Ás vezes mesmo em casa d’ella.

— ­Leva caro por esses serviços? perguntou tranquillamente Craft, que em todo aquelle caso procurava instruir-se.

— ­Não, coitada, disse o Ega. Dão-se-lhe de vez em quando cinco libras.

O criado entrava com uma travessa de camarões, os tres em silencio accommodaram-se á meza.

Depois do jantar recolheram ao Ramalhete. Ega