OS MAIAS
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a Pedro, muito seria, se além de todos os amigos da casa, duas enfermeiras, dois escudeiros, o papá e elle Pedro — ­era necessaria tambem constantemente a sua propria criada no quarto de Sua Alteza!

Não era. Mas Pedro riu muito á idea de que a Arlesiana se tivesse namorado do principe. N’esse caso Venus era-lhe propicia! O napolitano tambem a achava picante: un très joli brin de femme, tinha elle dito.

A bella face de Maria impallideceu de colera. Julgava tudo isso de mau gosto, grosseiro, impudente! Pedro fôra realmente um doido em trazer assim para a intimidade de Arroios um estrangeiro, um fugido, um aventureiro! Demais, aquella troça em cima, entre grogs quentes, com guitarra, sem respeito por ella ainda toda nervosa, toda fraca da convalescença, indignava-a! Apenas Sua Alteza podesse accommodar-se com almofadas n’uma sege, queria-o fóra, na estalagem...

— ­O que ahi vae! Jesus! o que ahi vae!... disse Pedro.

— ­É assim.

E de certo foi muito severa tambem com a Arlesianna, por que n’essa tarde Pedro encontrou a moça aos ais no corredor, limpando ao avental os olhos affogueados.

D’ahi a dias, porém, o napolitano, já convalescente, quiz recolher ao seu hotel. Não vira Maria: mas em agradecimento da sua hospitalidade mandou-lhe um admiravel ramo, e, com uma galanteria de principe artista da Renascença, um soneto em italiano enrolado