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OS MAIAS

na mão... Elle primeiro pensára ir ás boas; mas os dois rapazes começaram a rir... De maneira que os correu a todos...

— ­E maiores que tu?

— ­Tres rapagões, vôvô, póde perguntar á tia Pedra... Ella viu, que estava na eira. Um d’elles trazia uma foice...

— ­Está bom, senhor, está bom, ficamos inteirados... Vá, desmonte, que está a sopa a esfriar. Upa! upa!

E o velho, com o seu aspecto resplandecente de patriarcha feliz, veiu sentar-se ao alto da meza, sorrindo e dizendo:

— ­Já se vae fazendo pesado, já não está para collo...

Mas reparou então no Brown, e tornando a erguer-se fez a apresentação do procurador.

— ­O sr. Brown, o amigo Villaça... Peço perdão, descuidei-me, foi culpa d’aquelle cavalheiro lá ao fundo da meza, o sr. D. Carlos de mata-sete!

O perceptor, solidamente abotoado na sua longa sobrecasaca militar, deu toda a volta á meza, rigido e teso, para vir sacudir o Villaça n’um tremendo shake-hands; depois, sem uma palavra, reoccupou o seu logar, desdobrou o guardanapo, cofiou os formidaveis bigodes, e foi então que disse ao Villaça, com o seu forte accento inglez:

— ­Muito bello dia... glorioso!

— ­Tempo de rosas, respondeu o Villaça, comprimentando, intimidado diante d’aquelle athleta.