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OS MAIAS

lhe á luz a côr rica, provou-o com a ponta do labio, e piscando o olho para Affonso:

— ­É do nosso!

— ­Do velho, disse Affonso. Pergunte ao Brown... Hein, Brown, um bom nectar?

— ­Magnificente! exclamou o perceptor com uma energia fogosa.

Então Carlos, estendendo o braço por cima da meza, reclamou tambem Bucellas. E a sua razão era haver festa por ter chegado o Villaça. O avô não consentiu; o menino teria o seu calice de Collares, como de costume, e um só. Carlos crusou os braços sobre o guardanapo que lhe pendia do pescoço, espantado de tanta injustiça! Então nem para festejar o Villaça poderia apanhar uma gotinha de Bucellas? Ahi estava uma linda maneira de receber os hospedes na quinta... A Gertrudes dissera-lhe que como viera o sr. administrador, havia de pôr á noite para o chá o fato novo de velludo. Agora observavam-lhe que não era festa, nem caso para Bucellas... Então não entendia.

O avô, que lhe bebia as palavras, enlevado, fez subitamente um carão severo.

— ­Parece-me que o senhor está palrando de mais. As pessoas grandes é que palram à meza.

Carlos recolheu-se logo ao seu prato, murmurando muito mansamente:

— ­Está bom, vovô, não te zangues. Esperarei para quando for grande...

Houve um sorriso em volta da meza. A propria