OS SIMPLES
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Pelos bosques ermos, onde venta e neva,
Com os seus farrapos mais o seu bordão,
Marcham por milagre na continua treva...
Oh, dizei, dizei-me quem os guia e leva?
Que prodigio oculto? que invisivel mão?

Pois, velhinha branca, tua crença pura,
Tua resa antiga, que me faz chorar,
É egual aos cegos, que na noite escura
Não precisam d'astros para ver a altura,
Não precisam d'olhos para ter olhar!

No Infinito mudo tua ingenua crença,
Tremula ceguinha de risonho alvor,
Eil-a andando, andando, como que suspensa,
Pelos descampados d'uma noite imensa,
Vastidões d'assombros, amplidões d'horror!...