emergindo das aguas, sob a loura gaze alvoral, o promontório de Artemisa com as suas rochas altas...
Fora das muralhas, n’um extenso e delgado pontal de areias douradas, homens e mulheres, em multidão, toucados de flores, empunhando palmas e fachos, de pé e olhando as ondas, entoavam enthusiasticamente um hymno primitivo e bárbaro, mas heróico e cultual a Poseidon, Deus dos Mares, — emquanto pequenas embarcações, leves batéis de formas singulares, alinhados em flotilha, ganhavam o largo, impellidos por longos remos prateados que jovens marujos athleticos, sentados aos bancos, brandiam vigorosamente, a pulso.
A’ popa de cada batel destacavam-se grupos de guerreiros trazendo lanças e escudos. Pareciam deuses, apparelhados em guerra, partindo, n’uma rajada de aventura e audácia, para alguma conquista ou desaffronta á pátria, longe, em terras remotas, perdidas nas aguas. Eram fortes e bellos, de uma grande elegância de porte, as faces morenas emolduradas em densa barba negra e esplendida cabelleira an-