mas não perseveraram, e assim legitimamente perderam a gloria que teriam podido conquistar. Que, afastando-se da Islandia, encontrassem uma nova terra ainda mais regelada e triste, que, proseguindo na sua viagem, chegassem a territorio mais risonho, não é coisa que nos espante, posto que demonstre mais uma vez a coragem d’esses audaciosos reis do mar. A gloria de Colombo não está em ter encontrado novas terras, está em não ter recuado deante dos dogmas da extensão quasi infinita dos mares, assim como a gloria dos Portuguezes não está em terem juntado novas terras ao peculio da civilisação, está em não terem recuado diante do dogma scientifico e religioso da impossibilidade de se viver na zona torrida e da existencia dos mil perigos e dos mil horrores que defendiam a sua approximação.
Ninguem era, comtudo, mais proprio do que os Normandos para tentarem as aventuras maritimas; estavam porém demasiadamente ao norte, e, como ás suas aventuras presidia sempre, como ás dos Phenicios, não o amor da sciencia, mas o amor do lucro, ao chegarem ao cabo de S. Vicente, mais os tentava o caminho do Mediterraneo, onde havia tão seductoras prezas, do que o arriscado caminho do Mar Tenebroso. No seculo XIV os Normandos de França sentiram-se attraídos para os mares do Sul, até porque lhes chegára a noticia de que os marinheiros