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se occupavam de descobertas para o occidente, haviam de procurar seguir-lhe as pisadas e procurar, o que elle não conseguira, encontrar as terras maravilhosas de Cipango e do extremo oriental das Indias. A convicção geral era que para o sul é que se conseguiria esse desideratum, e já vimos como Pedro Martyr d’Anghiera soltava com um enthusiasmo quasi irritado esse grito: Para o sul! para o sul!

Era esse effectivamente o caminho que todos em geral seguiam. Colombo e os Pinzon ou foram mais para o occidente, ou foram para o sul. Mas isso não queria dizer que a idéa da navegação pelo norte não entrasse tambem em muitos espiritos.

O mappa de Toscanelli, aquelle famoso mappa que era provavelmente o que estava nas mãos de Pero Vaz Bisagudo, obedecia aos principios do geographo que o desenhára e que tinha a convicção de que ao occidente havia um prolongamento da Asia, que defrontava com o continente europeu e africano desde a Islandia até Guiné. Se, indo ao centro, Colombo encontrára effectivamente a Asia, como suppunha, mostrava portanto que era verdadeira a conjectura de Toscanelli, restava confirmal-a completamente. Foi isso que levou Pedro Alvares Cabral e muitos outros navegadores, ou ás occultas ou a descoberto, a dirigirem-se para o sul, foi isso talvez o que levou os Côrte-Reaes para o Norte.