Todos os povos possuem uma alma — confirma Gustave Le Bon, num livro rico em observações judiciosas, apesar de alguns desacêrtos que contêm contra o Brasil[1]. Essa alma é composta de sentimentos, interesses e crenças communs. Todo povo que não tiver uma alma nessas condições, está fatalmente condemnado a morrer. A cohesão ethnica, um ideal forte, numa palavra, o culto das tradições, que são a synthese da alma das raças, eis o meio de, virilmente, um povo se manter. Dahi, a importancia maxima que devem ter as tradições pâra um paiz. Ellas são quaes muralhas cyclopicas e impassiveis, que susteem os embates sociaes e impedem as dissoluções dos povos.
Quando tristemente meditamos em que o poderio romano baqueou minado pêla invasão lenta e pacifica dos barbaros, e os annaes contemporaneos registram a espoliação de nada menos de meia duzia de paizes fracos absorvidos pêlos fortes; quando vemos o processo da «selecção natural» applicado á história da humanidade por espiritos como Bagehot[2] ou como