Lelio. Naõ zombo, amigo; as Luſitanas vejo
Em valor, em deſtreza, em ſoffrimento
Iguaes ao noſſo ſexo, ſem que percaõ
As delicadas graças do ſemblante.
Pelo contrario, as noſſas de prazeres
E de fauſto ſómente s'alimentaõ.
Quanto naõ tem a fama já contado
Da valeroſa Oſmîa? ſe ſoubeſſes...
Lucio.Perdoa-me, Pretor, ſe t' interrompo.
Quando fallas d'Oſmîa a quem te eſcuta,[1]
Parece que imaginas achar nella
Huma nova Bellona.
Lelio. E ſem defculpa
Eſſa grande illuſaõ, Lucio, naõ fora.
Diſputou no combate, Oſmîa, o paſſo
Aos mais animoſos dos Romanos.
Quantos victimas foraõ de ſeu braço!
Na força do conflicto mais s'anima;
E quando os noſſos, de tropel, a cercaõ,
Nao volta contra ſi o meſmo ferro
Que no ſangue Romano ſe enſopára?
Eu felizmente o golpe lhe deſvio.
Relucta, mas debalde: imperioſa
Obſerva-me hum momento, e rende a eſpada.
Cêdo ao deſtino (diſſe) porém treme.
Vivo, e Rindaco vive...
Lucio. Sim; mas céde [2]
O ferro, a Heroína, e com ſeus Póvos
Cativa agora a tens.
Lelio. Tu naõ ignoras
Que a victoria nem ſempre favorece
A quem trabalha mais por alcançalla;
E ſe hoje nos brindou, mais á ſilada
Lucio, a devemos, do que á valentia.
Lucio.