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Pódes tu recear? ardor, esforço
Naõ te faltou jámais: Por fim, hum ferro
Naõ te pode livrar de taes receios?

Oſmîa. A vida que reſpiro naõ he minha:
Talvez della inda Rindaco preciſe;
Nao devo conſervar-lha?

Eledia. Sim; mas pague
O Pretor com a ſua tanto inſulto.

Oſmîa. Quando elle me inſultaſſe livre fora;
Porém quando me obriga, de cautella,
Naõ de ira, neceſſito.

Eledia. De que parte
Te veio tanta aſtucia?

Oſmîa.O meu perigo
Reflexiva, e prudente me tem feito.
Se ſouberas os vivos ſobreſaltos,
As anguſtias que tenho padecido...

Eledia. Por nimia frouxidaõ: Oſmîa, eu temo...
Eu tremo...

Oſmîa. Baſta Eledia, e pois naõ ſabes
Mais nada que bramir enfurecida,
Deixemos vans contendas. Hum ſó ponto
Importa inveſtigar. A todo o cuſto
He preciſo ſaber qual ſeja a ſorte
De Rindaco infeliz. Vamos, que os Deoſes
Por mim combateráõ.

Eledia. Sim, ſe a virtude
Conſtante ſuſtentares no teu peito. [1]

 
FIM DO ACTO I.
C
ACTO

  1. Partem.